sexta-feira, 22 de junho de 2012

Brasil tem menos crianças e adolescentes vítimas de trabalho infantil

Censo 2010 mostra queda na utilização da mão de obra infantojuvenil. Números absolutos, no entanto, ainda são alarmantes

O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) divulgou, durante o evento de lançamento da campanha deste ano de combate à prática, um estudo sobre a situação do trabalho precoce no Brasil. A pesquisa foi realizada a partir de dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a apuração do FNPETI, houve uma queda de 13,44% (530 mil) na quantidade de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos em situação de trabalho infantil. No entanto, os números absolutos ainda são alarmantes: 3.406.517 sofrem com a prática diariamente em todo o país.
Outro ponto de atenção ressaltado no estudo é o aumento da utilização da mão de obra de crianças de 10 a 13 anos. Em 2010, mais de 710 mil crianças nessa faixa etária trabalhavam, o que representa um crescimento de 1,56% (ou seja, 10.946 crianças a mais) em relação ao Censo anterior, de 2000. Para o Fórum, o aumento é preocupante, pois “essa faixa etária corresponde aos anos anteriores à conclusão do ensino fundamental. E seu impacto sobre a aprendizagem, conclusão ou abandono escolar, ou não ingresso no ensino médio, é imediato”.
Segundo o IBGE, a queda nos índices de trabalho infantil teve maior representatividade na área rural. Em 2000, 1,3 milhão de crianças trabalhavam no campo. Dez anos depois, o número caiu para 1 milhão. Nos centros urbanos, a queda foi menos expressiva: de 2,5 milhões para 2,3 milhões. Ao se comparar os gêneros, a quantidade de meninos trabalhando ainda é maior que a de meninas (2 milhões contra 1,3 milhão).

Focos de trabalho infantil
Além dos dados divulgados pelo FNPETI e pelo IBGE, a Agência Brasil, também por ocasião do dia 12 de junho, apurou os focos de trabalho infantil no país. A partir de dados do Sistema de Informações sobre Focos de Trabalho Infantil (Siti), do Ministério do Trabalho e Emprego, a agência identificou que dos mais de 20 mil focos existentes no país de 2007 a 2012, cerca de 5,4 mil estão no comércio. Isso representa mais de 27% do total.
O segundo e o terceiro maiores setores com a utilização de mão de obra infantil são, respectivamente, o setor de manutenção e o de serviços coletivos e domésticos. Além disso, dos pesquisados, 10,2 mil focos estão inseridos na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil. Para o estudo, foram considerados somente os focos com identificação e discriminação da atividade exercida.


Fonte: Pró-menino, Especial Combate ao Trabalho Infantil acessado em 22 de junho de 2012.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Direitos Humanos para Crianças

Um curta em animação que trata da realidade de quatro crianças que intervém em diferentes contextos socioculturais para defender e garantir os direitos humanos.Realização: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República 2008.








sexta-feira, 1 de junho de 2012

Fundação faz homenagem no Dia Internacional da Criança Desaparecida

Agência Brasil

Mais de mil balões nas cores branco e lilás, com imagens de crianças desaparecidas, foram soltos nessa sexta (25) na Praça da Cruz Vermelha, no centro do Rio de Janeiro. O ato simbólico promovido pela Fundação para a Infância e Adolescência do Rio de Janeiro (FIA) marcou o Dia Internacional da Criança Desaparecida. O evento teve a presença de parentes e mães de crianças perdidas. Cartazes, pulseiras e fotos das crianças também foram distribuídos.
De acordo com o gerente do programa da FIA SOS Criança Desaparecida, Luis Henrique Oliveira, nos últimos 16 anos já foram encontradas 2.659 crianças , o que representa 85% do total de desaparecidas. No entanto, segundo ele, ainda há 477 crianças não encontradas em todo o estado do Rio de Janeiro.
Oliveira acrescentou que 76% dos casos de crianças que somem no estado são provenientes de conflitos familiares. "O que dói mais no nosso coração é saber que a maioria desses casos de desaparecimentos são em função da violência dos pais ou de um parente mais próximo. Quando elas [as crianças] são localizadas, relatam que sofriam uma violência intrafamiliar", disse.
Luis Henrique Oliveira orientou para que haja uma melhor observação por parte de pais, professores e órgãos de governo para que crianças não fujam de casa e fiquem a mercê de criminosos. Ele ressaltou que crianças que vêm apresentando hematomas pelo corpo possivelmente podem fugir de seu lar.
"Profissionais de educação podem sinalizar se uma criança não está rendendo bem em salas de aula. Precisamos investir em uma grande rede de parceiros, como conselhos tutelares, delegacias e assistência social, para evitar que essas crianças saiam de casa e fiquem dentro de uma grande rede de aliciadores, envolvendo tráfico e exploração sexual", disse.
A auxiliar de serviços gerais Lúcia Gonçalves da Silva de 40 anos, que estava presente no ato, explicou que há sete anos, desde o desaparecimento de seu filho, conta com ajuda de amigos e familiares para continuar a luta para encontrar o menino. Para ela, um dos momentos mais difíceis de conter a emoção é quando chega o seu aniversário e o Natal.
"É muito complicado passar o Natal e aniversário sozinha. Saber que esperei um filho durante nove meses, criei com sacrifício durante 10 anos e ele, do nada, some. Não tenho mais ele para abraçar nesse dia do aniversario. Chega o Natal, eu abraço todo mundo, mas falta alguém para abraçar, tem um vazio aí", disse chorando.
Segundo a representante de uma das empresas envolvidas na ação, Lucinda Miranda, o projeto Chega de Saudade, em parceria com a FIA, tem o objetivo de divulgar fotos de crianças desaparecidas em cartelas de segurança de botijões de gás. Ela ressaltou que o projeto, iniciado em 2009, distribui mensalmente 1 milhão e meio de cartelas e já conseguiu identificar 52 crianças, dessas metade já foi localizada. "São mães que estão nessa luta há algum tempo. É um ponto de interrogação na vida delas ficar sem saber se o seu filho está vivo ou não. É uma história que precisa de um ponto final e a gente está aí para a ajudar", disse.
A Fundação para a Infância e Adolescência é um órgão da administração do governo do estado do Rio vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. Sua missão é colaborar na formulação de políticas públicas de garantia de direitos humanos da infância e adolescência, bem como implementar e articular serviços e ações de proteção social.